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quarta-feira, 15 de abril de 2015

A Casa do Pão

A casa do Pão Segue abaixo, parte do sermão que irei pregar no próximo domingo (24/02) na Primeira igreja Batista em Mucuri-Cariacica O texto é Rute 1. 1 – 22; 4. 13 – 16. Lembrando que isto é apenas um esboço e apenas parte dele. Veja que aparente ironia, faltou pão na casa do pão. É isso mesmo, Belém, significa casa do pão, e foi de lá que saíram Elimeleque, com sua esposa Noemi e seus dois filhos. Saíram de lá porque em Belém, na casa de pão, na havia pão, havia fome. Então, eles rumaram para as terras de Moabe, buscando uma suposta segurança. Fazendo um jogo de imaginação para ilustrar bem o que queremos dizer, vamos imaginar que eles saíram de Belém: Reclamando das terras que não produziam; colocando a culpa nos sacerdotes que não oravam direito; maldizendo-se como sem sorte, como coitado; acusando pessoas de não o ajudarem; e o pior de tudo, desacreditados em Deus: “Como pode faltar pão na casa do pão!” Interessante notar, somos assim também, basta uma vírgula sair do lugar, e nos desesperamos, somos tentados a viver na segurança, como se nada de ruim pudesse acontecer, temos medo de quando as coisas parecem sair do seu “devido” lugar; queremos segurança. Boas, as palavras de Rubem Alves: “Somente as pessoas que deixaram de amar se contentam com a segurança. Quem ama ouve sempre a voz do mar...” Inclusive, vale transcrever aqui uma Crônica de Rubem Alves sobre o barco que chorou porque o seu dono o tirou dos mares e o colocou num pequeno lago, e o cito aqui na íntegra: “Contaram-me a sua estória. Seu dono era marinheiro, navegador, amante dos mares bravos, entrando neles sem medo de vento ou onda forte, no que o barco em tudo concordava. Não sei se por doença, velhice ou desilusão no amor – sobre isso não me esclareceram adequadamente -, ele resolveu deixar os mares e se mudar para as montanhas. O que me contaram não sei se é verdade. Mas me garantiram que o relato foi testemunhado por pessoa fidedigna, de ouvidos excelentes, que se encontrava a poucos metros do sucedido. Aconteceu numa manhã de sol: o barco se pôs a chorar. O que não é de se causar espanto para quem viu o filme O carteiro e o Poeta – pois lá o carteiro disse que “as redes eram tristes”. Ora, se as redes são tristes, um barco pode também ser triste, tão triste que se ponha a chorar. Seu amante, o marinheiro, perguntou-lhe: “Por que é que você chora?” O barco lhe respondeu: “Choro de saudades. Tenho saudades do mar. Sinto falta das suas ondas frias, sinto falta do seu beijo salgado, sinto falta da sua cor azul, sinto falta do mistério das suas profundezas...” O marinheiro tentou consolá-lo: “Mas o mar está cheios de naufrágios. Mar são tempestades imprevistas, recifes escondidos, calmarias sem fim. E você já está velho. Velhice é hora de descanso. Finalmente você chegou ao lugar ao qual todos os homens desejam chegar: a segurança. Agora você está aposentado. Até o fim dos seus dias, nenhum mal lhe poderá acontecer. Aqui não há naufrágios.” Ao ouvir essas palavras de consolo o barco se pôs a soluçar convulsivamente, e mal se ouviram os versos de Fernando Pessoa que ele recitou baixinho, como se falasse consigo mesmo ou com Deus: “Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas é nele que se espelha o céu...” O barco se recompôs e disse com voz firme: “Tristeza maior que a segurança não existe. Quero o mar e os seus perigos. Somente as pessoas que deixaram de amar se contentaram com a segurança. Quem ama ouve sempre a voz do mar”. Você nunca leu, na Cecília Meireles, aquilo que ela diz sobre a alma dos homens?: “Para diante! Pelo mar largo! Livrando o corpo da lição frágil da areia. Ao mar! A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo” “Vejo que você está ficando feio” ele continuou, dirigindo-se ao marinheiro. “Eu o amava pelo brilho de eternidade em seu olhar. Mas esse brilho se foi. Olhos opacos. Há morte dentro deles. Os homens buscam a segurança para fugir da morte. Eles não sabem que a segurança é morte em vida. Os que encontraram segurança já morreram. Não me diga que, além de não ler os poetas, você não lê os evangelhos! Está lá escrito: “Quem salvar a sua vida, perdê-la-á”. Esse lago seguro é minha sepultura. Quero viver”, ele continuou. “Quero os perigos, quero o mar livre, quero poder contemplar o céu, quero poder naufragar em meio a uma tempestade. Ah, é doce morrer no mar...” Relata a testemunha que, nesse momento, o marinheiro também se pôs a chorar” Imagino que as águas estavam bravas para o lado de Elimeleque e sua esposa Noemi, a concluir pelo nome de seus filhos; MALOM = doente; QUILOM = desfalecimento. Acrescente a isso: A fome nas terras de Israel e consequentemente em Belém; o governo de juízes, onde cada um fazia o que bem queria; por não haver rei, havia suborno, corrupção, escravidão e a adoração a Deus estava deficiente. Enfim, Elimeleque e sua família enfrentavam uma crise física, social, emocional e espiritual. Crise esta, que os levaram a sair da casa do pão, a se afastarem de Deus. As crises não devem nos afastar de Deus, as crises fazem parte do caminhar com Deus. Por outro lado, é preciso navegar, também, em águas tranquilas, pois elas fazem bem a alma, como diz o salmista no famoso salmo 23: “O Senhor é o meu pastor, ele me leva às águas tranquilas e refrigera a minha alma”; mas não podemos nos acomodar a elas e nem temer quando elas se agitam, pois o mesmo salmista no mesmo salmo diz: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu, Senhor, está comigo e a tua vara e cajado me consolam” Deus lhe abençõe" Pr. Kleber Teles

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